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''...não é normal um jogo do Brasil contra qualquer seleção do mundo passar o tempo todo do jogo com inferioridade na posse de bola.'' Casagrande Mauro Naves: ''Desde o final de 2009, Brasil não ganha de um time entre os dez primeiros...'' Galvão Bueno: ''É um instante do futebol brasileiro que é preciso paciência e muito trabalho.'' O ''instante do futebol brasileiro'' já dura há mais de dez anos.
Alemanha com uma base formada (dos titulares, apenas Träsch, Badstuber e Mario Gomez - os dois últimos por lesão - não foram campeões do mundo em 2014) contra um Brasil em reconstrução, uma vez que a seleção de 2010 já era bastante envelhecida. Tinha uma visão viciada desse time. Confesso que, adolescente que era, até subi a hashtag #ErrarÉOMano na época kkkkkkkkkk. Brasil cedeu a bola à Alemanha no primeiro tempo - o que é natural, os alemães jogavam juntos havia muito mais tempo e 7 titulares jogavam no mesmo clube, o entrosamento era bem maior -, mas a organização dos times do Mano sem a bola é impressionante. O Júlio Cesar só trabalhou uma vez no primeiro tempo, isso após uma falha do André Santos (que falhou demais nesse jogo. Não à toa, o Mano nunca mais o chamou pra seleção depois dessa partida). Ficou claro pra mim que a demissão foi política e teve a fritura por parte da imprensa como um dos principais motivos. O dogma de querer ter sempre o protagonismo com a bola no pé durante a maior parte do tempo nem sempre é o melhor caminho a se seguir. Não a toa, o Brasil teve 34% de posse de bola no primeiro tempo, finalizou menos, mas levou mais perigo ao gol alemão. Em comparação, no 7x1 tivemos mais a posse de bola e finalizamos mais. Nunca saberemos se o Mano teria melhor sorte na Copa, mas tinha uma equipe muito mais consistente, mesmo em fase de experimentação que era necessária num período de reconstrução de uma seleção que quase não disputava partidas oficiais.